Estamos sendo empurrados para um comportamento individualista;
pensamos muito em nós mesmos, somos incentivados ao egoísmo. Essa é
a mensagem que nos vêm das novelas, do meio político, das conversas na
rua. Embora falem de punição aos corruptos e corruptores, podemos
observar que essa cultura do egoísmo vem sendo inculcada em nossos
corações.
Como cristãos precisamos nos rebelar quanto a isso.
Veja com que lucidez João Batista deu esta declaração:
“A isso João respondeu: Uma pessoa só pode receber o que lhe
é dado dos céus.
Vocês mesmos são testemunhas de que eu disse: Eu não sou o Cristo,
mas sou aquele que foi enviado adiante dele. A noiva pertence ao
noivo. O amigo que presta serviço ao noivo e que o atende e o ouve,
enche-se de alegria quando ouve a voz do noivo, esta é a minha alegria, que
agora se completa. É necessário que ele cresça e que eu diminua” (JOÃO 3:27-30). Que humildade tinha esse homem!
Esta declaração de João Batista esclarece que somos e temos aquilo
que Deus nos dá ou permite.
Todas as coisas vem de Deus e são dadas por Ele. “Uma
pessoa só pode receber o que lhe é dado dos céus”. Eu
interpreto que esta intervenção de Deus é tanto na esfera espiritual quanto nas
nossas conquistas pessoais e financeiras. Somente aquilo que conquistamos com
nosso trabalho e dedicação é que vem de Deus; fora dessa origem, é roubo.
Existe uma forma lícita de ganharmos nossos bens e, mesmo que os
tribunais não condenem o que você possa estar fazendo, talvez até
pelo fato de não haver legislação a respeito, não quer dizer que isso seja
lícito e certo aos olhos de Deus. Há muitas coisas que se faz para
ganhar dinheiro, e embora não seja condenado pelas pessoas em geral, não agrada
a Deus e não é de forma alguma aprovado por Ele; como por exemplo, dinheiro
provindo de jogos de azar, dinheiro ganho em detrimento de outras pessoas,
dinheiro vindo de injustiças, etc.
UMA OUTRA MANEIRA DE OLHAR!
Então, precisamos entender que nossa posição ou nosso bom exito,
não depende do desejo ou do esforço humano... (Rom.9:16) ou será que o barro
pode dizer ao oleiro: Por que me fizeste assim? (Rom.9:19).
Pois pode acontecer que uma pessoa tenha se dedicado muito mas,
mesmo assim não tenha conseguido ter grandes resultados na área financeira.
Vejo isso até mesmo por questões de oportunidades, até isso é provisão de Deus.
Portanto, precisamos ter outro parâmetro diante dos olhos; e esse é o parâmetro
verdadeiro:
O QUE FAZ DIFERENÇA NÃO É O QUANTO TEMOS MAS É, COMO CUIDAMOS
DAQUILO QUE RECEBEMOS.
Precisamos adotar essa referência em nossa vida e aprendermos a
nos alegrarmos com o que temos, nos alegrarmos com nossa vida como ela é; pois,
uma pessoa não estará sendo avaliada na eternidade pelo que ela teve, mas sim
como cuidou, aplicou ou tratou aquilo que recebeu.
PARÁBOLA DOS TALENTOS (Mateus 25:14-28).
“E também será como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus servos e confiou- lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um,.."
“E também será como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus servos e confiou- lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um,.."
Lembre-se da parábola dos talentos, e mesmo sem levar
em conta o que sejam esses talentos; se referem-se a dinheiro, a dons ou a
tarefas, o que estava sendo avaliado era como esses talentos estariam sendo usados ou trabalhados. Aqueles
que cuidaram, aplicaram ou empregaram os talentos recebidos foram
recompensados, mas aquele que os enterrou, perdeu tudo, omitiu-se; foi penalizado e punido.
O QUE É UM GRANDE HOMEM?
Pense na questão da realização pessoal; sobre ser uma pessoa
realizada.
Ninguém é melhor que os outros porque conseguiu ganhar muito
dinheiro ou mais dinheiro ou porque se tornou um empresário de muito
sucesso.
Imagine uma empresa com 1000 funcionários – ela tem apenas um (1)
presidente, talvez dois (2) ou três (3) diretores e quem sabe meia dúzia
gerentes; não existem cargos para todos numa empresa. Será
que somente essas poucas pessoas que galgaram posições de liderança são as
pessoas bem sucedidas nesse negócio? Claro que não!
A medida para avaliar o sucesso de alguém não pode ser feita pelas
propriedades que essa pessoa conquistou na sua vida, nem pela posição que ela
ocupou; ninguém torna-se melhor que outros porque tem mais dinheiro ou porque é
rico ou porque se deu bem na vida financeira. O que devemos lembrar
é que um grande homem (aos olhos de Deus) é aquele que independente
de sua condição financeira (rico ou pobre) ama a Deus e ama o seu
próximo. A MEDIDA DO HOMEM É A DIMENSÃO DO SEU AMOR.
Quando o homem rico encontrou-se com Jesus (Mc.10:17-31), ele
esperava que Jesus lhe desse aprovação. Observe isso na maneira como
ele se aproximou de Jesus chamando-o de “Bom Mestre” – isso foi bajulação;
porém, Jesus não se envaideceu nem perdeu o foco e, mais uma vez mostrou que
não importa quantos são os talentos à disposição, mas sim a forma como os
utilizamos ou como os administramos.
No caso deste jovem rico Jesus lhe indica que deveria vender todos
os seus bens e distribuí-los aos pobres e depois seguí-lo. Veja
que Jesus desejava ensiná-lo a dimensão do amor a Deus e ao próximo e, na
continuação deste assunto Jesus diz aos discípulos: “Como é difícil aos ricos
entrarem no reino de Deus” (Mc.10:23). Jesus completa: “É mais
fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino
de Deus”(Mc:10:25).
Onde está o teu TESOURO aí estará o teu CORAÇÃO (Mt.6:21).
Então, não te soa contraditório que existam cristãos em nossos
dias tão ávidos por uma vida de prosperidade financeira ou tão
desejosos por uma vida de riquezas? Essa pessoa pode chegar ao ponto de amar
mais o seu dinheiro, amar mais a sua ascensão financeira, do que amar a Deus e
assim, deixá-lo em segundo plano. Lemos em Isaías 48:11b que Deus
não se agrada que sua glória seja dada a nenhum outro.
Nessa situação, o homem rico da parábola de Jesus ouviu um
veredito: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado,
para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com
Deus” (Lucas 12:20-21).
No Sermão do Monte, Jesus recomendou que não acumulássemos
tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem destroem e onde os ladrões
arrombam e furtam. Mas, ele disse, ACUMULEM PARA VOCÊS TESOUROS NOS
CÉUS onde não existe nada disso (nem traça, nem ferrugem e nem ladrões) (Mt.6:19-20)
E, depois completa: “Ninguém pode servir a dois senhores;
pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês
não podem servir a Deus a ao Dinheiro” (Mt.6:24).
Pensando nesses relatos, como você tem investido a porção que Deus
tem te dado para administrar? Se bem ou mal, você é juíz de sua
própria vida, quero tão somente que você reflita que haveremos de dar conta de
nossa vida a Deus e que a medida do homem é a dimensão do seu amor.
Ainda dá tempo de olhar para Deus e tomar uma posição de amor a Deus e ao nosso
próximo.